Fazenda apresenta relatório sobre cadeias de valor para apoiar discussão sobre políticas públicas

Fazenda apresenta relatório sobre cadeias de valor para apoiar discussão sobre políticas públicas

GT em Resiliência em Cadeias de Valor contou com especialistas e representantes de empresas públicas e privadas; cadeias de proteína animal e de combustíveis foram os principais polos de discussão

Após seis meses de discussões, o relatório do Grupo de Trabalho em Resiliência em Cadeias de Valor, divulgado em janeiro de 2024, foi apresentado na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) nesta segunda-feira (27/5), no intuito de compartilhar experiências sobre mapeamento de cadeias, articulação interministerial e principais gargalos a serem enfrentados. Esse diagnóstico deverá corroborar para a discussão sobre desenvolvimento e aprofundamento de políticas públicas, entre elas, a Nova Indústria Brasil.

Instituído pelo Decreto nº 11.597 de 12 de junho de 2023, o GT é formado por representantes de nove ministérios, além de especialistas do setor produtivo, empresas públicas e privadas , que mapearam e discutiram sobre dois grupos de cadeias produtivas: proteínas animal e combustíveis. Presidido pelo Ministério da Fazenda, o grupo tinha como objetivo ampliar a capacidade de resposta a choques adversos nas cadeias de produção que pressionam a inflação, considerados os impactos sobre segurança alimentar e energética.

Diante de fatores adversos como a crise climática, pandemia de Covid-19 e guerras, que expuseram a fragilidade dos elos e etapas dos processos produtivos em setores relevantes, o foco de estudo desta equipe é reunir um conjunto de prioridades a serem enfrentadas para tornar estas cadeias mais resilientes. Para isso, são necessárias ações de mapeamento das cadeias e identificação de seus respectivos gargalos. Para proteína animal foram mapeadas as cadeias de carne bovina, frango, suíno, ovos, leite e peixe (piscicultura). Já entre as cadeias de combustíveis, o trabalho abrangeu diesel, querosene de aviação (QaV), biodiesel e bioQaV.

“Mapear cadeias ajuda a melhor compreender a dinâmica do setor e a identificar os principais gargalos a serem trabalhados. Este trabalho somente é possível com a ampla participação dos ministérios, empresas e organizações de pesquisa", afirmou Thalita Ferreira, coordenadora-geral de Estrutura Produtiva e Sustentabilidade do Ministério da Fazenda.

O relatório proveu um diagnóstico inicial que poderá subsidiar a construção de políticas, planos, medidas e ações de curto, médio e longo prazo.

A identificação conjunta entre os ministérios dos problemas centrais nas cadeias estudadas auxiliam na reindustrialização nacional, possibilitando a reestruturação de estratégias de cunho macroeconômico e financeiro; de infraestrutura e comércio ; e tecnológico e produtivo. Isso tende a impactar na redução dos custos de produção e do preço final dos bens, permitindo o aumento do consumo, principalmente, por famílias de baixa renda, além de uma distribuição de renda mais igualitária.

Presidindo atualmente o G20, grupo das 20 principais economias mundiais, o Brasil também quer analisar seu cenário atual para investir de maneira mais robusta na descarbonização nacional. O projeto Nova Indústria Brasil tem seis missões, das quais duas conversam com os trabalhos do GT de Resiliência em Cadeias de Valor : missão 1 - “implementar as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética” e missão 5 - “implementar a Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações”.

“Para além das reuniões interministeriais do Grupo de Trabalho também foram realizadas duas oficinas convidando representantes de empresas públicas e privadas, todos com o objetivo de fazer esse mapeamento, fundamental para pensar qualquer política pública para o país”. Pudemos contar com a participação ativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que mapeou a cadeia de combustíveis, explicou a coordenadora.

O Grupo de Trabalho contou com representantes do Ministério da Fazenda; da Casa Civil; dos ministérios da Agricultura e Pecuária; da Ciência, Tecnologia e Inovação; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; do Meio Ambiente e Mudança do Clima; e de Minas e Energia.

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