Elevação da meta de inflação para 2023 deve ser aprovada neste mês com apoio de Campos Neto

Elevação da meta de inflação para 2023 deve ser aprovada neste mês com apoio de Campos Neto

A alteração pode ser concluída já na próxima quinta-feira (16), quando deve se reunir o Conselho Monetário Nacional (CMN).

O governo Luiz Inácio Lula da Silva pretende mudar a meta de inflação já para este ano – e conta com o apoio do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, relataram ao blog duas fontes graduadas que participam das conversa.

A alteração pode ser concluída já na próxima quinta-feira (16), quando deve se reunir o Conselho Monetário Nacional (CMN). O colegiado é composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento, Simone Tebet, e pelo próprio Campos Neto.

A meta de inflação para este ano é de 3,25% e, para os próximos dois anos, de 3%.

Quando muito baixas, essas metas obrigam o BC a subir mais e mais a taxa de juros – o que "esfria" a economia e ajuda a controlar a alta dos preços.

Segundo informou ao blog uma fonte que participa das discussões, Campos Neto levou à equipe econômica a proposta de alteração da meta inflacionária.

Em 2021 e 2022, o Brasil descumpriu a inflação esperada. Nestes caso, a lei obriga o presidente do Banco Central a escrever uma carta se justificando.

Dentro do BC, já há consenso que a meta de 3,25% de inflação para 2023 dificilmente será cumprida. E isso, mesmo considerando que há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo – ou seja, que a meta real seria de uma inflação entre 1,75% e 4,75%.

Disputa, agora, é pela nova meta

O governo Lula acredita que, com o voto favorável de Campos Neto, a mudança da meta de inflação poderia ser aprovada por unanimidade – o que reduziria o impacto da decisão no mercado financeiro.

Os votos de Haddad e Tebet a favor de uma meta maior são dados como certos.

O governo, agora, discute qual o melhor número para a meta reajustada. Segundo interlocutores, Campos Neto sugeriu uma mudança pequena, dos atuais 3,25% para 3,5%.

O presidente Lula, no entanto, falou recentemente em uma meta de inflação de 4,5%, resgatando o percentual usado pelo país durante vários anos. Neste caso, a meta seria considerada cumprida com uma inflação de até 6% em 2023.

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