Planejamento reduz risco de endividamento nas empresas

Regina Xeyla

O empresário que está no vermelho e acredita que a única saída para o seu negócio é o empréstimo bancário precisa, antes de dar qualquer passo, fazer uma auto-reflexão sobre como anda sua administração. Um plano de negócio e a capacitação empresarial são importantes elementos de alavancagem da empresa.

Os problemas de natureza financeira são decorrentes de tomadas de decisões empresariais de investimento sem o devido planejamento; escassez de registros gerenciais e de informações que acarretam em descontroles financeiros; falhas no gerenciamento do fluxo de caixa, como custos totais mais elevados que as receitas, excesso e inadequação de estoques.

Para evitar dar passos em falso, especialistas recomendam que o empresário, antes de solicitar financiamento, descubra, por meio de procedimentos de gestão, quais as causas que levaram a empresa a buscar os recursos e se há realmente necessidade de recorrer a alguma fonte de financiamento. O especialista da área de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae, João Silvério, chama atenção para a importância do empresário ou o candidato a empresário elaborar seu plano de negócio. O documento irá auxiliá-los tanto nas tomadas de decisões sobre a empresa quanto na hora de buscar crédito junto aos bancos.

“O plano de negócio visa auxiliar o empresário no planejamento e execução de um determinado investimento, tendo em vista que é uma ferramenta que contém informações de fluxo de caixa, projeções financeiras e planejamento de negócio. Também o agente financeiro considera que o empresário está mais bem preparado para obter o financiamento quando o mesmo apresenta um plano de negócio, facilitando a avaliação preliminar do pleito”, explica João Silvério.

Vale ressaltar que nem todos os agentes financeiros solicitam a apresentação de um plano de negócio ou de um plano de viabilidade econômica e financeira. É importante verificar junto ao agente financeiro as exigências quanto aos dois tipos de plano. O plano de viabilidade econômica ajuda o empresário a dimensionar sua necessidade de recursos no tempo, estimar suas receitas e despesas, mensurar seus retornos e, por fim, demonstrar a viabilidade econômica e financeira da proposta de financiamento em questão, elemento chave na decisão do banco.

João Silvério alerta que não adianta ter o plano de negócio apenas no papel, como acontece em grande parte dos casos. É preciso colocá-lo em prática. O documento, que servirá de parâmetro para o empresário, deve caminhar junto com as tendências do mercado. O especialista recomenda que o plano de negócio seja elaborado anualmente. Já em tempos de crise financeira, o plano deve ser revisto com intervalos de seis meses.

Em alguns estados o Sebrae elabora projetos por meio da rede própria ou terceirizada credenciada. Em outros, ele recomenda instituições e profissionais para a realização do plano. Verifique junto à coordenação do Sebrae de seu estado qual deve ser a forma de atuação.

Capacitação empresarial

O processo de capacitação empresarial consiste em o empresário se manter constantemente atualizado com as mudanças do mercado em que a empresa está inserida, com novas técnicas de gestão. A formação acadêmica é fundamental e pode ser ampliada. Atividades extras são mais específicas e podem ser utilizadas imediatamente na prática.

Com aquisição de mais conhecimento e novas técnicas, torna-se possível calcular riscos, estabelecer metas, definir planejamento e buscar oportunidades com mais precisão. Os cursos de formação acadêmica geram uma visão ampla sobre aspectos relacionados com a administração de uma empresa, mas por serem abrangentes, é necessário que o empresário busque outras formas de se manter atualizado e ampliar sua visão.

Existem vários treinamentos, cursos, palestras disponíveis no mercado. Caracterizam-se por ser de curta duração, bastante específicos no assunto tratado e com visão prática, que possibilitam a aplicação imediata no dia-a-dia da empresa. O convívio com outros empresários ou dirigentes e a conseqüente troca de experiências também contribui significativamente para o aperfeiçoamento contínuo.