Reajuste do aluguel em junho pelo IGP-M ficou em 37,04%

Reajuste do aluguel em junho pelo IGP-M ficou em 37,04%

Porcentual elevado para a situação econômica atual exigirá que inquilino e proprietários entrem em acordo

O reajuste do aluguel residencial de contratos vinculados ao IGP-M (índice Geral de Preços ao Mercado) com vencimento agora em junho ficou em 37,04%. Esse porcentual reflete a evolução da inflação medida pelo índice, que é calculado pelo Fundação Getúlio Vargas, no período de junho a de 2020 a maio deste ano.

É a variação mais elevada, desde que o índice começou a ser computado em 1994. Não apenas por esse motivo de ser um recorde, mas porque é totalmente descabido para atual realidade econômica e social do País, esses 37,04% não deverão utilizados na prática para a correção do aluguel.

A inflação pelo IGPM disparou em maio e ficou em 4,10%, indicando forte alta nos preços do atacado, comportamento que poderá se espalhar nos próximos meses aos preços cobrados no varejo, os que são cobrados do consumidor final.

Adriano Sartori, vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP, reforça a recomendação aos proprietários e inquilinos negociarem para o acerto do contrato.

“Se o imóvel é ocupado por um bom inquilino, que sempre cumpriu em dia suas obrigações contratuais, o proprietário vai preferir negociar a ter seu imóvel vazio e arcar com os custos de manutenção como condomínio e IPTU. E, ainda, ter de buscar um novo inquilino”, afirma ele.

Sartori destaca ainda que boa parte dos proprietários utiliza o valor do aluguel do imóvel como renda familiar ou complemento de aposentadoria. Por isso, nem sempre eles conseguem deixar de aplicar o reajuste ou mesmo de dar desconto por um longo período, já que contam o valor da locação a cada mês para cumprir com seus compromissos.

Inquilino deve negociar o reajuste do aluguel, ou sair

O inquilino, por sua vez, que não conseguir ter o aluguel reajustado em outras bases deve procurar por um outro imóvel, já que a oferta é grande para a locação. Além do que os aluguéis pedidos em imóveis que estão desocupados estão subindo menos do que os alugueis de contratos em andamento.

Pesquisa mensal de valores de aluguel residencial do Secovi-SP, aponta aumento de 2,91% entre maio de 2020 e abril de 2021. No mesmo período a variação do IGP-M foi de 32,02%. Isso significa que além da oferta, o inquilino pode encontrar valores mais suaves para o bolso, caso o proprietário não abra possibilidades de negociações.

Uma pesquisa feita pela plataforma digital de moradia, QuintoAndar, mostra que a renegociação e adoção de índices alternativos de reajuste de aluguel traz benefícios significativos tanto para os proprietários de imóveis residenciais quanto para seus inquilinos.

De acordo com o levantamento, os contratos de aluguel renegociados têm chance 87% menor de cancelamento antecipado que a média histórica. O estudo mostra ainda que a taxa de rescisão antecipada, antes de 12 meses, é cerca de 10% maior do que a média quando não há negociação.

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